No ambiente dos negócios, você já deve ter ouvido dizer sobre a expressão “conheça seu cliente”. Trata-se de uma ideia oriunda da estratégia KYC, em inglês, Know Your Customer. Esse processo é fundamental para que as empresas consigam identificar clientes e entender a natureza de suas atividades.
O objetivo principal é garantir a segurança das empresas e de seus clientes. É possível ter clareza a respeito das tentativas de crimes como lavagem de dinheiro e outras formas de lucro ilícito. A empresa que faz uso dos processos de KYC consegue estar de acordo com a legislação e melhora a sua imagem perante o mercado.
Quer saber mais detalhes sobre esse assunto? Acompanhe esse texto e descubra o que é KYC, para que serve e como ele funciona. Também perceba como ele pode abranger diferentes segmentos de mercado. Confira!
O que é KYC?
Como vimos inicialmente, KYC é uma sigla para Know Your Customer, que em português pode ser traduzido para “Conheça seu cliente”.
Trata-se de uma série de regras que pretendem fazer uma análise mais profunda do cliente.
O passo inicial dessa estratégia é justamente criar um banco de dados que permita que as informações mais interessantes do cliente sejam coletadas e armazenadas.
Por exemplo, é preciso coletar dados sobre patrimônio, investimentos e hábitos de consumo.
Esse ponto de vista financeiro, permitirá verificar quais são o comportamentos suspeitos do cliente ou que sejam valiosos para as diversas estratégias da empresa.
Para que serve o KYC?
Ter um conhecimento mais aprofundado a respeito do seu cliente pode garantir o cumprimento de regras de compliance.
Mas também pode ser bom para o setor de marketing.
A seguir, vamos conhecer melhor quais as possibilidades que o KYC pode trazer para a empresa.
Cumprimento de regras de compliance
O termo compliance diz respeito ao posicionamento da empresa em conformidade com leis e regulamentos. Trata-se do conjunto de políticas, regras, controles internos ou externos que a empresa precisa se adequar.
Por isso que atendendo ao compliance, a organização está em plena conformidade com as regras. Com isso, consegue dar andamento às suas atividades e melhorar sua imagem perante o mercado.
O KYC entra em cena para dinamizar os processos de garantia do cumprimento do compliance. Em especial pelo fato da vigência da lei de Prevenção de Lavagem de Dinheiro, lei número 9.613, de 3 de março de 1998.
Conhecendo o comportamento do cliente de instituições financeiras é possível verificar se alguma movimentação de recursos está sendo feita de maneira duvidosa.
O KYC garante não apenas condições para execução das normas da lei de prevenção à lavagem de dinheiro. Mas a outras normas vigentes ou em transformação. O KYC ajuda a estruturar todo o negócio de forma a identificar quais são as informações necessárias para cumprir todas as leis.
Prevenção de riscos
Dependendo do setor do mercado, muitas empresas trabalham diariamente com vários riscos. É o caso, por exemplo, de bancos e instituições financeiras que trabalham com movimentações diárias de clientes das mais diversas partes do mundo.
Esse tipo de operação está vulnerável à fraudes de identidade e transações criminosas.
Uma vez diante dessas situações, as empresas acabam colocando em risco sua capacidade operacional.
Isso porque essas empresas acabam precisando arcar os lesados pelos danos sofridos.
Além de ter sua reputação prejudicada pela possível veiculação em mídias públicas, se o fato circular anunciando a empresa como vítima de operações fraudulentas.
Essa situação pode sinalizar o despreparo da ampresa na elaboração de um sistema antifraude.
Para ajudar a evitar esse tipo de situação, o KYC pode ser bastante eficiente. Ele trabalha na prevenção desses crimes.
Por meio dele é possível fazer a estruturação e monitoramento das transações financeiras.
Também pode-se avaliar o cadastro de novos clientes, identificando riscos ou alertas para aqueles fraudadores em potencial.
Dessa maneira, a empresa consegue montar o perfil do consumidor demonstrando qual o comportamento esperado.
A empresa também consegue fazer as devidas verificações e garantir que ela não seja palco de lavagem de dinheiro, corrupção ou fraude.
Redução das perdas e otimização de lucros
Quando a empresa está sintonizada com as regras e normas, ela consegue ter melhor desempenho no mercado.
É o caso, por exemplo, de estar mais preparada para lidar com perda de capital referente a comportamentos fraudulentos de clientes mal intencionados.
Em situações de fraude ou atividades ilícitas, a empresa tende a arcar com prejuízos e repassá-los em parte, de forma diluída, para os clientes.
Isso geralmente é feito com taxas de juros e preços cobrados nos produtos e serviços.
Mas esse tipo de compensação não vale a pena, pois o valor passado para o cliente pode ser superior àquele de uma proposta feita pelo concorrente.
Assim a empresa deve evitar ao máximo ter prejuízo proveniente de situações de fraude.
Além de evitar ficar no prejuízo, a empresa consegue otimizar os lucros, tendo em sua cartela de clientes as pessoas que estão satisfeitas com o valor pago para consumir produtos e serviços da empresa.
Mapeamento completo do perfil dos consumidores
Os benefícios do KYC não atingem apenas as questões regulatórias.
Mas também pode auxiliar outros setores da empresa, como, por exemplo, o marketing e atendimento.
Isso porque o KYC permite que a empresa entenda quais são as pessoas que fazem uso dos produtos ou serviços da organização.
Assim é possível desenvolver soluções para aprimorar a experiência do cliente. Tudo faz aumentar a possibilidade de retenção, fidelização e conversão de novos clientes.
Quem precisa do KYC?
O KYC não foi elaborado somente para atender as empresas que correm algum risco de fraude financeira, corrupção e outras ameaças relacionadas a finanças.
Por convenção, esses processos atendem especialmente às empresas do tipo de bancos, fintech, empresas de crédito e meio de pagamento, mas a abrangência pode ir além do setor bancário e financeiro.
Empresas que de alguma forma estão vulneráveis a fraudes podem sim colher os benefícios do KYC.
Como funciona o KYC?
O KYC pode ser utilizado tanto para realização de análise do perfil de pessoas físicas quanto jurídicas.
O objetivo é verificar se a atividade do cliente possui coerência com as movimentações e com a fonte dos recursos financeiros.
Dessa maneira o KYC funciona basicamente para detectar, a partir da análise de risco, a série de movimentações financeiras que podem estar vinculadas à fraude.
Por exemplo, pode-se verificar se os clientes têm algum envolvimento com as pessoas politicamente expostas.
Trata-se de um conceito previsto na resolução número 29 de 2017, editada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras.
Esse regulamento determina que pessoas que tiveram ocupação em cargo ou funções públicas nos últimos cinco anos devem estar sob análise. Realizada essa pesquisa, é preciso classificar o risco.
Por exemplo, a empresa pode identificar o grau de ameaça e categorizar o cliente, dependendo da situação.
A empresa pode oferecer apenas alguns dos seus serviços ou produtos caso o cliente seja suspeito.
Outro detalhe é criar uma rotina de atualização dos cadastros.
Todo o processo de KYC vai ter sucesso dependendo do nível de atualização dos dados.
A empresa então deve sempre solicitar atualização dos dados por parte dos clientes.
Assim vai ser possível acompanhar a evolução financeira e outras movimentações dos clientes, identificando qualquer mudança suspeita.
Lembrando que todo funcionamento do KYC tem grande viabilidade se forem utilizadas tecnologias.
Essas, conseguem fazer tanto a coleta dos dados como transformá-los em relatórios.
Fazendo uso de robôs e algoritmos, é possível realizar o cruzamento das informações, tornando o trabalho mais fácil para a gestão.
Qual a relação da KYC com a Lei Geral de Proteção de Dados?
Como dizemos, o KYC, para ser executado, baseia-se em estratégias de coleta de dados.
Nesse contexto, é preciso considerar a Lei Geral de Proteção de Dados para que a empresa não entre em desacordo com a legislação.
A LGPD é aplicável para as empresas públicas e privadas e tem o objetivo de proteger os dados pessoais.
Esses dados, por sinal, são tanto aqueles fornecidos de forma online ou física.
A lei estipula diversas regras para seu armazenamento e processamento.
Uma delas é que as empresas precisam tomar medidas para reduzir o risco de vazamento de dados ou sua utilização indevida.
Todo o processo que envolve o KYC tem que estar ancorado na Lei Geral de Proteção de Dados.
Essas foram algumas informações sobre KYC. É importante destacar que toda essa estratégia consegue maior sucesso se for associada à tecnologia. Isso garante que esse processo seja menos oneroso e demorado.
Por isso, vale a pena contratar empresas especializadas em tecnologia para garantir a oferta de recursos e dispositivos que ajudem a otimizar todas as tarefas.
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